Foto: Reprodução
A extinção de jumento no Brasil está perto. O abate de jumentos para comercialização da pele no mercado externo, tanto legal quanto ilegal, está ameaçando a existência destes animais no País.
O alerta é feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP em artigo publicado numa edição especial do Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science sobre o bem-estar no manejo de jumentos e mulas. O trabalho mostrou que, considerando apenas os registros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o abate aumentou mais de 8.000% entre 2015 e 2019, quando foram mortos 91.645 animais.
Entre 2010 e 2014, foram pouco mais de 1.000 abates em todo o País. Os pesquisadores apontam que o ritmo atual coloca em risco a espécie, cujo rebanho estimado no Brasil é de 400.000 animais, pois a taxa de reprodução não tem a mesma velocidade.
Segundo os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o abatimento cresceu mais de 8.000% entre 2015 e 2019, quando 91.645 animais foram mortos. "Mantido o ritmo atual de abate, a existência da espécie está ameaçada, pois a taxa de reprodução dos animais não acontece na mesma velocidade", explica a pesquisa.
O abate de equídeos, como cavalos, mulas e jumentos, é aprovado no Brasil há muitos anos, e o decreto 9013/2017 oferece o arcabouço legal que permite o abate de jumentos e outras espécies. Com base em dados do Mapa, o artigo aponta que foram abatidos legalmente 135.254 jumentos entre 2002 e 2019. Os pesquisadores explicam que muitos jumentos vendidos para fora são capturados, roubados ou comprados a baixo preço, o que coloca em risco a saúde animal e humana.
O jumento faz parte da história do Nordeste, sendo agente na construção das cidades do sertão. Do passado até os dias atuais, eles são usados como força de tração.
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